Chá de erva-mate e câncer

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Anonim

Toda nacionalidade tem sua tradição de bebidas quentes. Americanos e europeus têm seus cafés, enquanto os britânicos e asiáticos têm seus chás. Na América do Sul, o chá chamado erva-mate desempenha um papel fundamental na cultura e estilo de vida local. Boatos sobre benefícios à saúde da erva-mate, como controle do apetite, perda de energia e peso, eventualmente inspiraram as lojas de alimentos naturais dos EUA a importar o produto, mas, apesar de seus benefícios potenciais, alguns pesquisadores vinculam o consumo da erva-mate a certos tipos de câncer.

Beber erva-mate é uma atividade social na América do Sul. Crédito: Ferumov / iStock / Getty Images

Identificação

A árvore mate verde, nativa da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, cresce pequenas folhas e caules usados ​​para fazer erva-mate, também chamada de chá mate. O chá de erva-mate contém cafeína e xantina, que atuam como estimulantes do sistema nervoso. O chá também possui uma oferta considerável de antioxidantes, que incluem vitamina B-2, vitamina B-6, vitamina C, niacina e ácido pantotênico. As capacidades antioxidantes, de controle de energia e peso da erva-mate atraem as pessoas para o chá, mas pesquisadores da Divisão de Epidemiologia e Genética do Câncer, Instituto Nacional de Câncer de Bethesda, Maryland, relatam que a erva-mate contém hidrocarbonetos aromáticos policíclicos cancerígenos que tornam os bebedores frequentes suscetíveis ao esôfago, câncer de laringe, pulmão, rim e bexiga. Esta pesquisa foi publicada na edição de maio de 2008 da "Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention".

Mate Culture

"Bebedores frequentes" é o qualificador importante. Os bebedores ocasionais de erva-mate podem colher seus benefícios sem os riscos, mas aqueles que a bebem sem parar durante o dia podem ter problemas de saúde. De fato, a maioria dos estudos sobre o câncer de erva-mate ocorreu no Uruguai, onde os uruguaios brincam que a erva-mate não é sua bebida nacional, mas seu "vício nacional".

Câncer de bexiga

A ampla incidência de câncer de bexiga entre homens uruguaios levou os pesquisadores do Hospital de Clínicas de Montevidéu, Uruguai, a explorar a ligação entre o consumo de chá de erva-mate e a incidência desse tipo de câncer. O câncer de bexiga, afirma o principal autor Eduardo De Stefani, é a quarta doença mais maligna entre os uruguaios. De Stefani e sua equipe de pesquisa relataram uma correlação direta entre câncer de bexiga e erva-mate, e alertam que o risco de desenvolver essa doença aumenta com o consumo mais frequente. A BioMed Central publicou o estudo em 2006.

Câncer de esôfago

As temperaturas da água ultra-quente usadas para fazer o chá de erva-mate podem tornar os bebedores suscetíveis ao câncer de esôfago, informa a ABC News. O principal autor PA Rolon testou essa teoria no Paraguai, um país conhecido por sua alta incidência de câncer de esôfago. Rolon e sua equipe compararam bebedores de erva-mate fria, quente e muito quente, e relataram que aqueles que consumiam a versão muito quente da bebida tinham um risco maior de desenvolver câncer de esôfago. A quantidade de erva-mate consumida em um dia não influenciou a suscetibilidade a esse tipo de câncer.

Câncer de pulmão

De janeiro de 1988 a dezembro de 1994, pesquisadores do Instituto de Oncologia, em Montevidéu, Uruguai, estudaram 497 casos de câncer de pulmão. Diferentemente do estudo do câncer de esôfago, que não mostrou relação entre a quantidade de erva-mate consumida e a suscetibilidade ao câncer, a quantidade teve um papel significativo neste estudo. O principal autor, De Stefani, relatou que os consumidores freqüentes de erva-mate aumentaram seu risco de câncer de pulmão em 1, 6%. "Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention" publicou o estudo em julho de 1996.

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