Como o cérebro responde à música clássica?

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Anonim

Demonstrou-se que músicas de todas as variedades geram benefícios à saúde da mente e do corpo. Ouvir música pode diminuir a pressão arterial, induzir relaxamento, reduzir a ansiedade e até aumentar sua libido. Alguns afirmaram que a música, particularmente a clássica, pode aumentar a função cognitiva. A música clássica gera respostas cerebrais que outras formas de música não geram? Sobre este assunto, a opinião de especialistas é mista.

A música clássica pode induzir um estado calmante. Crédito: Medioimages / Photodisc / Photodisc / Getty Images

O efeito Mozart

Em 1993, o Dr. Gordon Shaw, da Universidade da Califórnia-Irvine, encontrou um aumento temporário no QI em estudantes universitários depois de ouvirem Mozart. Grupos de controle que ouviram outros tipos de música ou nada experimentaram nenhuma mudança. O que se seguiu foi uma série de manchetes reivindicando "A música de Mozart te deixa mais inteligente" e uma massa de CDs de "Baby Mozart" chegando ao mercado. Tudo isso, diz Shaw, simplifica demais suas descobertas. "Não é que o Mozart torne você permanentemente mais inteligente", diz ele. Mas ele especula que ouvir Mozart pode ser útil para aquecer a parte do cérebro envolvida no pensamento abstrato.

Céticos

Entre os muitos críticos do efeito Mozart está o cientista musical Dr. Daniel Levitin, que aponta para as pessoas com síndrome de Williams como evidência de que música clássica e alta inteligência não estão intrinsecamente ligadas. Pessoas com Williams caracteristicamente têm inteligência muito baixa, mas são freqüentemente dotadas musicalmente. Por exemplo, um paciente de síndrome de Williams que Levitin estudou não conseguiu descobrir como abrir sua caixa de clarinete, mas se alguém colocasse o clarinete montado em suas mãos, ele poderia tocar notavelmente bem.

Efeitos calmantes da música clássica

O Dr. Kevin Labar, da Duke University, diz que a música clássica pode melhorar seu desempenho intelectual, mas não aumentando seu QI. A música clássica pode produzir um efeito calmante liberando dopamina indutora de prazer e inibindo a liberação de hormônios do estresse, o que gera um clima agradável. "E induzir um clima agradável", diz Labar, "parece esclarecer o pensamento". A música clássica, no entanto, não é a única maneira de aumentar o relaxamento, pois outras atividades calmantes produzem um resultado semelhante. Também depende do gosto pessoal: se você não achar a música clássica relaxante, não experimentará esses efeitos.

Mozart para a Cura

Claudius Conrad frequentemente ouve Mozart na sala de operações, mas o cirurgião diz que a música oferece benefícios significativos também para seus pacientes. Ele conduziu um estudo em 2007, no qual tratou pacientes no pós-operatório de sonatas de Mozart. Os pacientes responderam com uma necessidade reduzida de analgésicos, pressão arterial mais baixa e níveis mais baixos de hormônios do estresse, todos benefícios da musicoterapia demonstrados em outros estudos. Mas Conrad também descobriu que o cérebro dos pacientes liberava 50% mais hormônio do crescimento da hipófise, o que reduz a inflamação e promove a cura. Seu estudo foi publicado na edição de dezembro de 2007 da "Critical Care Medicine".

Música Clássica como Detetive do Crime

Em 2004, várias estações ferroviárias britânicas começaram a canalizar gravações de Mozart, Bach e Handel, o que resultou em uma queda de um terço no número de roubos e outros crimes. Os psicólogos especulam que as melodias relaxantes tiveram um efeito tranquilizador e desorientador sobre possíveis criminosos. Os gerentes de trens no nordeste da Inglaterra relataram uma diminuição em pequenos incômodos públicos, como cuspir e fumar, e os viajantes disseram que experimentaram uma maior sensação de segurança nas zonas musicalmente fortificadas.

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