Se você navegou pela seção sofisticada de uma adega, talvez tenha notado rótulos que dizem "sem adição de sulfitos". Essa designação pode não significar muito para você, mas para uma pequena parcela da população, significa a diferença entre um copo de vinho relaxante e uma possível viagem à sala de emergência. Os "sulfitos" no rótulo referem-se em parte ao sulfito de sódio, um conservante de alimentos e bebidas que foi amplamente utilizado na primeira metade do século 20, até que uma erupção de reações adversas levou a nova regulamentação.
Sulfitos
Os sulfitos são aditivos alimentares que ajudam a preservar a frescura. Os sulfitos de sódio, em particular, foram comumente adicionados a produtos frescos e carnes para ajudar a reter a cor até que reações de severidade variável começaram a surgir, levando a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) a agir. Após uma longa investigação sobre os possíveis riscos à saúde dos sulfitos, o FDA restringiu seu uso em 1986, proibindo o uso em produtos frescos ou alimentos que contenham vitamina B-1, que é destruída pelos sulfitos. A única exceção à regra são as batatas pré-cortadas, para as quais não foi encontrado nenhum conservante substituto adequado. Os produtores de alimentos que contenham sulfitos devem, no entanto, declarar a presença de sulfitos em quantidades superiores a 10 partes por milhão no rótulo.
Efeitos colaterais
As sensibilidades ao sulfito podem se manifestar em sintomas tão leves quanto uma dor de cabeça ou tão graves quanto um choque anafilático, podendo ocorrer dentro de 15 a 30 minutos após a ingestão. A maioria das reações é leve, resultando em sibilância ou irritação respiratória, mas sintomas graves podem incluir estreitamento das vias aéreas e dificuldade em respirar, podendo ser necessário tratamento de emergência. A maioria das reações é de natureza respiratória, mas também foram relatados sintomas de náusea, diarréia e dor abdominal. Um artigo de 1985 no "Canadian Medical Association Journal" também relata que as mortes no Canadá e nos Estados Unidos foram relacionadas à exposição a sulfitos, embora o mecanismo pelo qual elas ocorram não seja claro.
População em Risco
A maioria das reações de sulfito ocorre em pessoas com asma, de acordo com um estudo de 1995 no "Journal of the American College of Nutrition". As reações em pessoas sem asma são "extremamente raras". A maioria das reações ocorre em mulheres asmáticas, e crianças pequenas raramente são afetadas. Efeitos respiratórios também podem ocorrer em trabalhadores que manipulam o sulfito durante a produção, enquanto inalam poeira de sulfito. Esses trabalhadores também correm o risco de irritar a pele pelo contato com o produto químico concentrado. Uma ventilação adequada, roupas de proteção e práticas de segurança no local de trabalho evitam a maioria das reações nos trabalhadores, mas evitar completamente é a única coisa que pode impedir reações em pessoas com sensibilidade a sulfitos.
Alimentos a evitar
Sempre leia os rótulos dos alimentos para garantir que os alimentos não contenham sulfitos - se o item alimentar for vendido a granel, peça ao vendedor para verificar o pacote de estoque para listagens de sulfitos. Preste atenção especial a frutas e vinhos secos - esses são os alimentos mais comuns preservados com sulfitos. Os asmáticos devem sempre ter seus inaladores à mão quando nos restaurantes. Como os sulfitos ainda são usados em batatas cortadas, não peça batatas fritas ou batatas fritas. Uma batata cozida é uma opção mais segura, porque só é cortada após o cozimento, eliminando a necessidade de um conservante de sulfito de sódio.