O transtorno de ansiedade generalizada consiste em uma preocupação excessiva com muitos problemas, combinada com uma incapacidade de controlar essa preocupação. Outros sintomas incluem distúrbios do sono, inquietação, irritabilidade e fadiga fácil. Os genes parecem desempenhar um papel, assim como os eventos estressantes e o comportamento aprendido. Os tratamentos podem incluir antidepressivos que atuam no sistema serotoninérgico e terapia cognitivo-comportamental. Nos últimos anos, houve um interesse no zinco como um possível tratamento para essa condição.
Ansiedade infantil e zinco
Um estudo publicado na edição de novembro de 2010 do "American Journal of Clinical Nutrition" examinou os efeitos da suplementação de zinco em crianças guatemaltecas. Um estudo anterior definiu crianças com níveis séricos de zinco abaixo de 75 microgramas por decilitro como deficientes em zinco. Neste estudo, um quinto das crianças apresentava níveis de zinco abaixo de 65 microgramas por decilitro.
As crianças foram aleatoriamente designadas para um grupo que recebeu suplementação de zinco ou um grupo que recebeu um placebo. No final do estudo, mesmo as crianças que não receberam zinco apresentaram níveis plasmáticos desse mineral mais altos do que quando iniciaram o experimento.
Quando as crianças foram avaliadas quanto a depressão, ansiedade, hiperatividade e transtorno de conduta, os pesquisadores descobriram que não havia diferenças significativas entre os grupos de zinco e placebo em qualquer medida de saúde mental usada no estudo. No entanto, quando as crianças foram estudadas individualmente, verificou-se que níveis mais altos de zinco estavam correlacionados com níveis mais baixos de depressão e ansiedade.
Revisão de estudos de zinco
Um artigo de novembro de 2010 publicado em "Opinião Atual em Nutrição Clínica e Cuidado Metabólico" analisou estudos sobre zinco e transtornos do humor. Estudos em animais mostraram que o zinco reduziu os sintomas de depressão e ansiedade. Estudos clínicos com humanos descobriram que os níveis de zinco tendem a ser baixos em pacientes deprimidos. A suplementação melhorou sua resposta aos antidepressivos e pode ser particularmente valiosa para pacientes resistentes ao tratamento. No entanto, não há indicação de que os suplementos de zinco possam beneficiar pessoas deprimidas que já possuem níveis adequados desse mineral. Como se pensa que depressão e ansiedade são distúrbios intimamente relacionados e como muitos dos mesmos medicamentos usados para depressão também são usados para tratar a ansiedade, esse achado pode ter relevância para o tratamento da ansiedade.
Por que o zinco pode aliviar a ansiedade
Enzimas contendo zinco são necessárias para a síntese de serotonina. Como muitos dos atuais tratamentos farmacológicos para ansiedade atuam no sistema serotoninérgico, a implicação é que uma grave deficiência de zinco pode levar a uma redução na síntese de serotonina e a um aumento na ansiedade.
Um segundo neurotransmissor, o ácido gaba-aminobutírico (GABA), regula os estados de humor. De fato, alguns dos medicamentos mais antigos para o tratamento da ansiedade, como Valium e Xanax, funcionam ligando-se a receptores GABA-nérgicos no cérebro. O zinco estimula uma das enzimas cruciais, a piridoxal quinase, envolvida na síntese desse neurotransmissor.
Efeitos do excesso de zinco
Níveis mais altos de zinco não reduzem necessariamente a ansiedade. De fato, excesso de zinco pode ter o efeito oposto, de acordo com os resultados de pesquisas com animais publicadas na edição de 11 de maio de 2010 da "Physiology & Behavior". Neste estudo, os ratos receberam água pura, zinco em várias concentrações ou uma combinação de zinco e cobre. Comparados aos ratos que receberam apenas água, os ratos apenas com zinco mostraram mais ansiedade, medida pela tendência de "congelar" sob estresse. Os ratos apenas com zinco também mostraram problemas de memória em uma tarefa que exigia que nadem para uma plataforma subaquática cuja localização ficou invisível ao adicionar leite em pó à água. Em contraste, os ratos que receberam zinco e cobre tiveram um desempenho tão bom quanto os ratos que receberam apenas água. Esses resultados não provam que o zinco causa ansiedade ou perda de memória, mas indicam que é necessário um equilíbrio adequado de zinco e cobre para o funcionamento mental ideal.